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মঙ্গলবার, ২৮ আগস্ট, ২০০৭

JORNAL DO COMMERCIO

CADERNO C

ARTES VISUAIS
Advertência a Peres acaba em rio e lama

Artista plástico Fernando Peres, convocado para reunião de sermão, ontem, na Fundarpe, não foi punido e fez performance na Rua da Aurora

O artista multimídia Fernando Peres tem vocação para atrair holofote. Depois de chamar atenção para sua performance incendiária na abertura da exposição coletiva do 46º Salão de artes plásticas, no Museu de Arte Contemporânea de Olinda (MAC), o artista-bolsista foi convocado a comparecer ontem à sede da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), responsável pelo MAC, “para realização de Termo de Ajuste de Condutas e orientação quanto às penalidades aplicáveis ao caso”.

A carta oficial assinada pela coordenadora jurídica da Fundarpe, Luciana Oliveira Pires, foi uma alerta à utilização do MAC pelo bolsista, no que diz respeito, entre outras observações, a festas realizadas no museu, onde está o seu trabalho Esperando a manifestação do suco de caju, selecionado pelo salão. A atitude da Fundarpe gerou um certo zum-zum-zum, mas não resultou em punição a Peres, como se temia.

“Foi apenas um puxão de orelha”, disse Peres, que aproveitou a ocasião para fazer mais uma de suas performances. Vestido de paletó, ele entrou na reunião da Fundarpe acompanhado da namorada, Irma Brown. No fim do encontro, pulou no Rio Capibaribe e saiu todo enlameado, repetindo gesto do grupo Moluscolama, do qual fez parte. A ação mobilizou amigos do artista, que terminaram a tarde de ontem com uma intervenção na Rua da Aurora, acompanhada da TV ambulante de Peres, música e birita. Além disso, também espalhou a carta na Internet.

“O trabalho dele é ousado, mas os limites precisam ser negociados, até porque se trata de um prédio público e histórico (MAC)”, disse a curadora da mostra Cristiana Tejo.

Quanto ao dano causado ao trabalho de Jeanine Toledo, artista que divide espaço na mostra, não houve grandes problemas. Ela apenas está refazendo o livro-objeto atingido por goteiras vindas da água do frigobar de Peres, que, como parte do trabalho, instalou o próprio quarto no primeiro andar do MAC. Vale ressaltar: com permissão da Fundarpe. (foi aquela menina que escreveu, olívia)

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